Sistema de vigilância em Moema é similar ao usado pela CET e PM.
Câmeras acompanham, em tempo real, movimentação de suspeitos.

Morador observa imagens de câmeras de segurança instaladas em vias antes de deixar sua casa (Foto: Tatiana Santiago/G1)Morador observa imagens de câmeras de segurança instaladas em vias antes de deixar sua casa (Foto: Tatiana Santiago/G1)

Com medo da criminalidade que afeta as grandes cidades brasileiras, os moradores do Jardim Luzitânia, bairro nobre da região de Moema, na Zona Sul de São Paulo, estão adotando novas medidas de segurança para tentar minimizar os riscos de violência.

Parte dos moradores contratou uma empresa de segurança que utiliza câmeras de alta resolução e infravermelho para visão noturna, que permite o acompanhamento das vias do bairro por 24 horas pela internet que, automaticamente, são repassadas a uma central de monitoramento. O sistema utilizado é similar ao que é usado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e pela Polícia Militar (PM). No entanto, o diferencial é que são instalados em vias públicas de menor movimento para o monitoramento de residências.

“Quando há algum tipo de movimentação suspeita, a gente envia um carro nosso para o local para fazer essa verificação. Agora, se já for constatado que se trata de uma ocorrência, uma tentativa de roubo, furto ou violação, automaticamente a gente entra em contato diretamente com a Polícia Militar”, disse Marcelo Lancelotti, da empresa de segurança eletrônica WL, responsável pela instalação das câmeras e monitoramento das vias.

O sistema, que é utilizado no Brasil há cerca de 2 anos, controla os acesso de chegada e saída de pessoas, além das possíveis rotas de fuga dos criminosos. O custo final para o consumidor é por volta de R$ 200 mensais. Para a instalação das câmeras são analisados quais são os pontos mais vulneráveis. “A gente usa a própria infraestrutura das casas e a partir daí a gente instala as câmeras estrategicamente para monitorar toda a região”, disse Lancelotti.

Vítima de um assalto à mão armada em 2007, o empresário Nelson Michel Cury, de 56 anos, decidiu aderir ao novo sistema de monitoramento. Na ocasião em que foi assaltada, a vítima estava em sua residência com as duas filhas quando um homem vestindo falso uniforme dos Correios pediu para abrir a porta para fazer uma entrega e rendeu a família.

Consultor verifica em seu celular as imagens captadas para visualizar as vias (Foto: Tatiana Santiago/G1)Consultor verifica em seu celular as imagens
(Foto: Tatiana Santiago/G1)

“Vivendo em uma cidade como São Paulo é uma coisa que faz parte da vida cotidiana, infelizmente”, afirmou. Na data do assalto, ele já possuía sistema de câmeras internas dentro do imóvel que gravavam as imagens, além de um sistema de alarmes, mas percebeu que não era o suficiente e que necessitava de vigilância externa.

Segundo o empresário, que também é presidente da associação dos moradores do bairro, após a implantação do sistema, no fim do ano passado, não foram registradas ocorrências nas vias monitoradas. “Na hora que entra e que sai da casa, a gente tem que estar com todos os sentidos abertos, porque os bandidos são oportunistas”, afirmou Cury. “Evidentemente, com as câmeras monitorando as vias esses bandidos não vão estar presentes, pois estão sendo monitorados.”

O empresário adotou novas táticas antes de sair de casa para não ser surpreendido. Sempre dá uma olhadinha nos monitores que acompanham as imagens externas da sua residência. “É um monitoramento que foi feito para inibir mesmo, não vai fazer nenhuma função corretiva da segurança. O fato de estar sendo monitorado já é uma inibição”, disse.

Já o consultor financeiro Willian Mansour, de 50 anos, que há 20 anos reside no mesmo imóvel usa a tecnologia como sua aliada até quando está fora de casa. “Além do meu celular, uso o notebook e quando viajo acabo monitorando. Você tem a segurança de saber que além de você, tem alguém monitorando a sua residência”.

Mansour também observa as imagens das câmeras de vigilância pelo monitor da residência (Foto: Tatiana Santiago/G1)Mansour também observa as imagens pela TV
da residência (Foto: Tatiana Santiago/G1)

Antes de chegar em casa, Mansour visualiza diariamente em tempo real, através do seu celular, todas as ruas que fazem parte do seu trajeto para saber se não há nenhum suspeito na região.

“Antes de sair você consegue visualizar se tem alguém na frente da sua. O principal é que tem alguém te vigiando 24 horas, além de você estar olhando, você tem um parceiro que está o dia inteiro conhecendo os hábitos de cada morador podendo rapidamente nos auxiliar no contato com a polícia”, ressaltou.

Ele confessa que passou a viver mais tranquilamente, já que sua mulher perdeu o medo de morar em casa. “A minha mulher nunca gostou de morar em casa, ela sempre ficou em pânico. Quando a gente instalou esse sistema com alguém observando 24 horas ela ficou mais tranquila”, desafabou. “A gente tem uma ferramenta com um preço acessível”, completou o morador.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/02/para-evitar-crimes-moradores-de-sp-usam-monitoramento-de-vias-24-horas.html